sábado, 2 de abril de 2011

Deixa-me ficar no teu corpo...


Depois, então, não havia energia para sair...
Ficar dentro foi o melhor...Fiquei, pois, apegado ao seu corpo, ainda sôfrego e esmaecido pelo que me tragou para dentro de sua alma e de seu corpo, respirava e era tomado por uma vontade louca de ali permanecer para sempre.......
E em meio aquele cheiro de jardim, tudo espalhado pelo quarto, muito sonho, ternura, amor e paixão derramados pelo tempo e espaço que fizemos nesse pouco instante que nos demos, que nos apegamos sem fim, tudo sem fim...
Eras minha primeira e talvez última vez...por isso, quis morrer ali mesmo, se fora a última...e viver eternamente nos seus braços, se fora a primeira...
Nem via mais se havia em mim algum amanhã, alguma expectativa de outro vez, de tão alucinado que foi o momento do nosso prazer...
Ah, minha doce e amada mulher...
E posso eu ouvir outra vez teus sussurros, tuas quimeras, teus apelos insensatos, tuas súplicas de prazer e de paixão...
Então, que haja só este momento; que fiquemos aqui selados, sem mundo e outros, até que, de tanto amor que fazemos e fizermos, nasça uma vida, outra vida para nós!
E tu já sentes o cheiro que exala dos nossos corpos? É tão teu...É tão nosso...Tu estás tão angelical, tão brejeira, gostosamente assim, desnuda, atiçada, airosa e desejada...Quanto de ti tens para mim? És, meu amor, minha ressurreição infinda! Deixa-me ficar, assim, pois, em ti, para sempre; nos teus seios, na tua boca, no teu corpo...Ah, minha torrente de paixão, que adormeça o meu espírito, descanse minha carne, e mesmo que eu tenha que morrer, para me refazer, novamente, nos teus braços...Que importa à morte, se me dás à vida?!
(josé valdir pereira)

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